O Governo do RN vai retomar as obras de recuperação do Forte dos Reis Magos nos próximos dias. A ordem para reinício da intervenção foi dada nesta sexta-feira (2). A solenidade aconteceu no prédio histórico com a participação de artistas, autoridades e dos entes envolvidos nas tratativas que possibilitaram a celebração do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) entre Executivo estadual e o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado do RN (MPjTCE/RN), que garantiu a execução da obra.
“O Forte dos Reis Magos é um monumento muito importante para a cultura e história do nosso povo, e um equipamento indispensável para a economia. Por isso nosso empenho nessa retomada. Agora, mais do que nunca, esta obra terá uma data para ser entregue ao povo do Rio Grande do Norte”, disse a governadora Fátima Bezerra agradecendo a toda equipe do Governo, aos entes envolvidos na retomada, e os operários que tocarão a restauração, embalada pelos versos da obra ‘O Romance da Fortaleza dos Reis’ do dramaturgo, poeta, escritor e jornalista, Racine Santos, declamado na ocasião pelo ator César Ferrário, com direção de João Marcelino (FJA).
O investimento é de R$ 4,7 milhões, por meio do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do RN – Governo Cidadão, da Secretaria de Turismo do RN (Setur), com apoio da Fundação José Augusto (FJA), a partir do acordo de empréstimo junto ao Banco Mundial.
“Essa retomada é resultado do trabalho integrado do Governo do RN. Desde o início da gestão da professora Fátima, fomos orientados a solucionar os problemas que resultavam na paralisação ou demora na conclusão das obras do Estado. A ordem sempre foi de, independentemente de quando a obra tivesse começado, sua finalização deveria ser assegurada. E assim continuaremos para que o benefício chegue à população”, pontuou o secretário de Gestão de Projetos e Metas do RN, Fernando Mineiro, sob muita emoção, agradecendo a todos os técnicos do projeto, da secretaria de Turismo e da Fundação José Augusto (FJA), reforçando a importância da parceria entre o Governo Estadual com o TCE-RN, PGE-RN, IPHAN e a Superintendência do Patrimônio da União no RN (SPU/RN).
A aplicação vai viabilizar a reforma em estruturas essenciais, como piso e teto, promovendo acessibilidade, com a colocação de corrimãos nas escadarias e readequando as salas de exposição e lojas de souvenires. Por tratar-se de uma edificação tombada pelo Patrimônio Histórico desde 1949, todas a intervenções serão supervisionadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A empresa responsável pela execução, PS Engenharia LTDA, terá 8 meses de prazo para concluir a obra e apresentou seguro garantia no valor de R$ 1,4 milhão.
Com muita esperança de dias melhores, os permissionários dos quiosques daquela área acompanharam a solenidade. “Nossa vida vai mudar quando essa obra for finalizada e os turistas retornarem”, disse Dona Graça Miranda, quiosqueira há 30 anos, pontuando sobre a expectativa também de que as melhorias ultrapassem as áreas interna e externa da fortificação e sua passarela, e chegue até os quiosques. Intervenção que o Governo ainda está buscando viabilizar, a partir de projeto para recuperar toda a área de tendas e estacionamento.
“Essa fortificação é a nossa principal atração dentro do corredor histórico de nossa capital. Essa será fundamental para o turismo. Quando completamente restaurado, a indústria turística será alavancada com tanta beleza, história e localização estratégica encantadores”, comemorou a secretária de Estado do Turismo do RN, Ana Maria Costa.
Corroborando Ana Maria, o diretor-geral da FJA, Crispiniano Neto, responsável pela gestão da fortaleza, lembrou do cuidado do Executivo estadual com os equipamentos culturais do RN de uma forma geral.
“Não estamos apenas retomando a obra de restauração do Forte dos Reis Magos, estamos numa sequência de intervenções que focam no cuidado para com as nossas edificações de cultura, como a obra do TAM – que pegamos com apenas 7% de conclusão, e hoje contamos com 50% e livres dos impedimentos que a paralisavam –; a intervenção da Pinacoteca avançando; a obra da Edtam também destravada e retomada; a Biblioteca Câmara Cascudo em processo de licitação para aquisição e instalação da subestação de energia e implementação da acessibilidade; o Memorial Câmara Cascudo que está pronto para qualquer atividade, além das praças do Centro Histórico que estão sendo restauradas. Isso sim é o cuidado com a história de nosso povo e com o futuro que teremos”.
O superintendente do Iphan RN, Cláudio Machado, chamou a população para a responsabilidade de cuidar e dar sustentabilidade a história.
“Para além do compromisso que o poder público precisa ter com o cuidado com a nossa cultura, chamo atenção para o povo. Se nós, o povo, não nos apropriarmos do que simboliza o Forte dos Reis Magos, de sua representação para nossa cidade, estado e país, ele vai se perder. É preciso que ele esteja vivo, e que todos vivam isso”, finalizou, lembrando que o monumento está concorrendo ao título de Patrimônio Mundial da Humanidade junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO.
HISTÓRICO DA OBRA
A atual gestão recebeu a obra, que teve a 1ª ordem de serviço assinada em setembro de 2018, com apenas 3,97% de execução.
Diversas paralisações por erros de projeto e atrasos na entrega dos serviços por parte da empresa executora aconteceram. Foi então necessário prorrogar o prazo de vigência do contrato por duas vezes. A obra alcançou apenas 8,1% de execução.
Diante dessa realidade, o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) chegou como a solução administrativa encontrada para que fosse possível que a empresa contratada pudesse retomar a obra do Forte.
EDIFICAÇÃO HISTÓRICA
A edificação militar histórica foi o marco inicial de Natal, fundada em 25 de dezembro de 1599, destacando-se ao lado direito da barra do Rio Potengi (hoje próximo à Ponte Newton Navarro). O equipamento recebeu este nome em função da data de início da sua construção, 6 de janeiro de 1598, dia de Reis pelo calendário católico.
Tombada em 1949, esteve sob administração da Fundação José Augusto até 2013, quando passou para as mãos do IPHAN.
Em maio de 2017 o Forte retornou à gestão do Governo, com uma cessão inicial de 20 anos, após quatro anos sob a administração do IPHAN. A condição em que o prédio foi entregue obrigou o início do processo de restauração.
Fonte: Governo do RN
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