Sem atendimento em Nísia Floresta, mulher dá à luz dentro de táxi na Via Costeira
Os policiais militares da Companhia Independente de Policiamento Turístico (Ciptur) viveram um dia atípico no posto policial em que trabalham na Via Costeira, em Natal. Em vez de prisões, trocas de tiros e perseguições, os PMs ajudaram uma mãe a dar à luz dentro de um táxi no início da tarde desta terça-feira (1º). A criança foi levada para a Maternidade Januário Cicco, na Zona Leste, e passa bem.
Por volta das 13h30, os PMs do Ciptur foram surpeendidos com a chegada de um táxi ao posto policial. Dentro do carro, o taxista e um casal pediam ajuda. Sem tempo de chegar ao hospital, a mulher havia entrado em trabalho de parto. "Foi muito rápido. Fizemos um trabalho em conjunto. A criança nasceu em minhas mãos. Foi emocionante, indescritível", relata o tenente Amâncio de Santos Souza, primeira pessoa a ver o menino Miguel.
Depois do nascimento, o tenente explica que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para cortar o cordão umbilical e dar continuidade ao procedimento. Os seis PMs de serviço tentaram levar a mãe para dentro da companhia, porém o parto foi feito dentro do táxi e exigiu calma dos policiais.
"O fato de manter o equilíbrio emocional e lembrar alguns procedimentos ajudaram. Na minha carreira de 15 anos foi a primeira vez que aconteceu algo parecido. O meu único conhecimento é o atendimento pré-hospitalar que aprendemos no curso de formação policial", ressalta Amâncio.
Para o comandante do Ciptur, major Eduardo Franco, o parto teve um significado diferente. "É neste tipo de ocorrência que entendemos a real função da polícia. Não se trata só de prender bandido e sim cuidar de gente, cuidar de pessoas", afirma.
Nísia Floresta
Um dos médicos que atuam na unidade de saúde da Colônia do Pium, em Nísia Floresta, onde a paciente teria procurado atendimento inicial, se reportou sobre o fato. Em um vídeo divulgado nas redes socais, Edivaldo Nascimento, mostrou a indignação frente ao caso. "É inadmissível que uma cidade como Nísia Floresta, com 28 mil habitantes, não tenha um hospital, maternidade ou atendimento médico", disse.
Como médico, Edivaldo Nasicmento ainda falou sobre os riscos que mãe e filho passaram durante o parto. "Essa criança poderia ter nascido com sérios problemas e a mãe também poderia ter tido um agravamento durante o parto". O profissional finalizou dizdendo que vai denunciar o município ao Ministério Publico Estadual e Federal, "para saber onde está o dinheiro para a cosntrução do hospital muncipal de Nísia Floresta", finalizou.
Veja o vídeo na íntegra: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1024705934217081&id=946630558691286
Fonte: G1/RN
0 comentário(s)