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R$ 0,20 DE REFLEXÃO

Olhando as imagens do protesto contra o aumento das passagens, do custo de vida no Brasil, da inflação e da corrupção, uma cena me veio à mente e uma lembrança à tona.

Cena muito semelhante à vista na Praça Tahrir, no Egito, onde o protesto de milhares de jovens derrubou do poder o ditador Hosni Mubarak. E a lembrança de um grande protesto em nossa história recente que derrubou do poder o Presidente Fernando Collor de Melo, conhecido como Fora Collor.

A ocorrida ontem, dia 17 de junho de 2013 é, até então, a maior manifestação do país desde o Fora Collor, em 1992, que colocou nas ruas os caras-pintadas, com mobilizações simultâneas em todo o Brasil e reivindicações semelhantes: o combate à corrupção e a inflação. O que difere é que desta vez não ocorreu confisco nas contas dos brasileiros, mas a concessão dos vinte centavos de um aumento que poderá mudar os rumos da história do Brasil.

Há um fator a ser considerado, que é o poder de mobilização proporcionado pelas redes sociais, que há um custo próximo de zero, permite a conexão em tempo real de milhares de pessoas em qualquer parte do mundo. Tudo isto ao alcance das mãos pelo computador ou mesmo pelo celular. Se determinados meios de comunicação estiverem comprometidos com os que estão no poder, cada manifestante torna-se um repórter devido às barreiras quebradas pelas mídias sociais, que proporcionam inclusive que as mobilizações sejam estendidas pelo mundo.

Certamente, tudo começou pela iniciativa de alguns lideres, mas depois as manifestações tomam proporções tais que estes perdem o controle. Dão o start, mas não tem condições de dar o stop. E no meio disto, há os que participam conscientemente do protesto, há os que nem sabem por que lá estão, os que vão para badernar e os que se fazem presentes para promoverem políticas de interesses partidárias.

Mas há também algo muito importante: apesar de tudo o próprio movimento passa a assumir um auto-controle, protestando contra os que, dentro do protesto, tentam desviar os reais motivos de sua legítima realização.

Interessante notar também é que o brasileiro gosta do futebol e o aprova. Foi às ruas e vibrou quando da escolha do Brasil como sede. E porque a revolta agora? A anestesia acabou? Talvez, sentindo-se enganado, a ficha caiu porque do que foi prometido que viria junto com a copa… Só veio a bola.

Vele alertar que mesmo que desonerem os impostos sobre as tarifas, até para tentar tirar o discurso dos manifestantes, retornando a passagem ao valor anterior, o problema não será resolvido pela raiz e tornará a ocorrer num futuro bem próximo. É preciso atacar a causa, o custo Brasil, a inflação.

O gigante adormecido acordou e começou a incomodar os acomodados que estão no poder há 10 anos, provocando no mínimo grandes reflexões… a mensagem das ruas é clara e direta aos nossos governantes. O povo quer padrão FIFA na educação, na saúde, na segurança e nos transportes e na economia… aqui, o fogo cuspido pelo dragão da inflação chegou ao bolso dos brasileiros. Precisamos apagá-lo!

Viva a democracia! E viva o Brasil!

Robson Carvalho
 

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