POLARIDADE CONTRADITÓRIA!
Fala, Cidadão! Os “contra-movimentos” criados em resposta às represálias sofridas por Bolsonaro fazem sentido? Confira nosso comentário à respeito dessa “Polaridade contraditória” no vídeo abaixo:
Cada vez que um movimento em oposição às atitudes do Governo Federal articula algum protesto, no dia seguinte há um “contra-movimento” em defesa desse mesmo Governo e das suas atitudes. Até aí, tudo bem. Cada um com a sua estratégia para tentar manter a polaridade que sustenta o Governo.
Mas, desta vez, os apoiadores do Governo alegaram como pauta que os levou às ruas a defesa da Amazônia e o apoio à lava-jato e ao combate à corrupção.
Juro que fiquei impressionado… Pois são dois temas em que o próprio Governo tem criado problemas.
Em relação à Amazônia e à desproteção ao Meio Ambiente, justamente o Presidente, desde a campanha deu declarações de que isso tudo é “mimimi”; eleito, disse que não existia desmatamento, nem garimpos ilegais, que era tudo mentira, que não precisava do dinheiro ou da merreca de países que ajudavam na preservação, afrouxou a fiscalização e repressão a garimpos ilegais e à invasão às terras indígenas, dizendo que isso não era crime e demitiu até o diretor do INPE, que tentou alertar. Além disso, caiu muito o número de multas e autos de infração que deveriam ter sido aplicados a quem desmatasse.
Já em relação ao outro tema: O combate à corrupção, a contradição é ainda mais incrível. O movimento dizia apoiar Moro e Bolsonaro no combate à corrupção. Ora, como assim, se Sérgio Moro, e agora, Dallagnol, estão sendo fritados pelo próprio Governo?
Bolsonaro disse a Sérgio Moro que o projeto anti-crime dele não era prioridade. Desmontou o COAF, que fiscalizava seu filho, tirando das mãos de Sérgio Moro e levando com outro nome para o banco central, e não aceitou o nome indicado pelo próprio Moro. A mesma coisa fez com a Receita Federal e com a Polícia Federal, com nomes também indicados por Sérgio Moro: “Quem manda e quem nomeia sou eu” – Inclusive disse que, se quiser, não vai respeitar a lista do Ministério Público Federal para nomear o novo procurador geral da república.
Por meio de seu filho, Bolsonaro atacou até mesmo Dallagnol, outro símbolo da lava-jato, que criticou o governo por essas atitudes. Dallagnol agora é comunista. Estou sem entender. Bolsonaro desmonta a cada dia os instrumentos de combate à corrupção, escancaradamente, mas tem que vá às ruas apoiá-lo no combate à corrupção como se ele estivesse combatendo.
Desta vez, estamos diante de uma polaridade contraditória, e de inversão de fatos e versões, a favor de um governo que, na prática, faz justamente o contrário do que defende no discurso.
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