A modalidade do ensino de enfermagem à distância (EaD) foi tema amplamente debatido na manhã de hoje (31) na Câmara Municipal de Natal. Entidades e órgãos de ensino, conselhos e sindicato da categoria se reuniram em audiência pública proposta pelo vereador Klaus Araújo (SD) e expressaram o desejo pela proibição da modalidade.

As entidades reclamam da precariedade das condições da graduação em enfermagem à distância, sem laboratórios, biblioteca ou condições mínimas de apoio. De acordo com Carmem Lupi, que é membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a maioria dos polos não oferece condições para a prática de estágio supervisionado. As aulas práticas representam apenas 7,79% da carga horária total dos cursos EaD, em desacordo ao que preceituam as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Norte, Luciano Cavalcanti, destacou que a enfermagem por EaD é preocupante para a formação dos futuros enfermeiros. No Rio Grande do Norte, 13 instituições são autorizadas a formar enfermeiros presencialmente e 10 estão autorizadas ao ensino à distância, sendo duas destas em Natal. Para a presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Suerda Menezes, o problema não está no ensino à distância para outras profissões, mas sim na formação do enfermeiro que precisa da prática.

O vereador Klaus Araújo apoiou a causa e vai apresentar uma moção de repúdio a ser enviada ao Ministério da Educação (MEC), após ser aprovada em plenário. "Os próprios sindicatos e associações da categoria estão dizendo que não querem. Vamos apresentar uma moção de repúdio mostrando que os vereadores também são contra e pedindo que seja aprovado no congresso nacional o projeto que proíbe essa modalidade de ensino na formação dos enfermeiros", declara o parlamentar.