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Concessões dadas a rádios triplicam em ano eleitoral

Em ano eleitoral, o governo federal quase triplicou o número de renovações ou novas autorizações para o funcionamento de rádios em todo o país, informa reportagem de Breno Costa, publicada nesta segunda-feira pela Folha.

Segundo a reportagem, a maioria delas (57%) beneficia veículos ligados a políticos ou a igrejas. Levantamento feito pela Folha em decretos conjuntos da Presidência e do Ministério das Comunicações, assinados neste ano, indicam que 183 rádios comerciais ou educativas foram beneficiadas pelo governo, em 162 municípios.

Dessas, 76 são ligadas a políticos. Outras 28 estão sob controle, ainda que indireto, de entidades religiosas –evangélicas e católicas.

A maioria das autorizações (72,8%) é para rádios localizadas nas regiões Sul e Sudeste, onde a candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) tem seu mais fraco desempenho nas pesquisas.

Do total de decretos, 74 deles foram assinados a partir de 26 de julho, já com a campanha eleitoral oficialmente em andamento. Durante todo o ano de 2009, foram 68 autorizações. Entre 2006 e 2008, foram 62.

OUTRO LADO

O Ministério das Comunicações atribui o aumento a uma mudança em sua organização interna.

No segundo semestre de 2008 foi criado um grupo de trabalho para dar vazão a cerca de 2.500 processos de renovação e pedidos de novas concessões de radiodifusão que, segundo a assessoria de imprensa do órgão, estavam represados na burocracia do ministério.

Na época, a pasta era chefiada por Hélio Costa (PMDB). Hoje o ministro é José Artur Filardi Leite, que já era o secretário-executivo.

No entanto, apesar de questionado pela reportagem, por e-mail e por telefone, desde a semana passada, o ministério não explicou a razão de as renovações e concessões terem se concentrado justamente em ano eleitoral –e mais especificamente em meio à campanha.

Negando motivações eleitorais na legalização de dezenas de rádios pelo interior do país, a pasta afirma que, inclusive, a tendência é que haja a assinatura de uma série de novos decretos neste ano.

Fonte: Folha de SP

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