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[COMENTÁRIO] DATAFOLHA: BOLSONARO AINDA NÃO GOVERNOU PARA OS MAIS POBRES.

 

Saiu neste final de semana uma pesquisa de avaliação do Governo Federal e do Presidente, promovida pelo Instituto Datafolha, do grupo Folha de São Paulo. Em que pese, segundo os dados gerais, o estacionamento da queda de avaliação negativa do Governo Bolsonaro, o índice de aprovação ao Presidente entre os mais pobres marca apenas metade da taxa observada entre os mais ricos.

Vamos aos números: entre os entrevistados com renda familiar de até dois salários mínimos por mês, apenas 22% dizem que o Governo tem um desempenho ótimo ou bom, sendo esse índice de 35% na faixa de renda seguinte, de dois a cinco salários mínimos. Nos dois segmentos de renda mais alta (cinco a dez salários e mais de dez salários), 44% dos entrevistados aprovam o Governo Bolsonaro.

A ampliação dessa divergência de aprovação entre ricos e pobres é mais visível quando se mede a avaliação negativa do Governo. Nos últimos oito meses, o percentual de entrevistados de baixa renda que consideram a gestão do presidente ruim ou péssima subiu nove pontos, chegando a 43% na pesquisa de dezembro. Já a desaprovação é bem menor nos demais segmentos de renda: 31% nos grupos que ganham de dois a cinco e de cinco a dez salários mínimos, e 28% no topo da pirâmide, com renda superior a dez salários mínimos.

Segmentando a análise, com foco na área da economia, o levantamento mostra que a avaliação do desempenho também é mais positiva entre os mais ricos do que nas camadas mais pobres da população. O abismo entre esses grupos é bem maior nesse quesito do que na aprovação ao Governo de modo geral.

Para se ter uma ideia, no grupo de baixa renda, só 18% acham que o Governo está fazendo um trabalho ótimo ou bom na economia. Esse número sobe para 28% na faixa de dois a cinco salários mínimos. No segmento seguinte, a taxa de aprovação é de 39% e, entre os mais ricos, de 47%.

Ao medir a expectativa dos brasileiros em relação a fala e a credibilidade do presidente, quase metade —49%— dos brasileiros mais pobres afirmam nunca confiar nas declarações do Presidente. Essa taxa é menor nas demais camadas da população.

Avaliando o encerramento do primeiro ano de mandato do Presidente Jair Bolsonaro, em comparação com presidentes eleitos pelo voto popular anteriormente, no que diz respeito aos dados de avaliação ruim ou péssimo, chega aos seguintes números: Fernando Collor pontuou 34% de reprovação ao final do seu primeiro ano de mandato. Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva, pontuaram, ambos os mesmos 15% ao final do primeiro ano de mandato. A Ex-Presidente Dilma Rousseff, 6,00%, e o atual Presidente Jair Bolsonaro, pontua 36% neste primeiro período de seu mandato.

Finalizando, temos assim, que a percepção entre os mais pobres, portanto, é a de que o Governo ainda não governou para eles, o que casa com os dados do IBGE, que refletem o aumento das desigualdades sociais e com a estagnação do índice de desenvolvimento, IDH. Tal confluência de dados é bastante significativa, pois, representa a grande massa da população. Massa que faz falta às relações de consumo, o que poderia, se a situação fosse revertida, impulsionar a recuperação da economia; trata-se de um público que ainda não se sente incluído nas políticas do Governo Federal.

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