É destaque de hoje na Folha de São Paulo que “Sob Bolsonaro, Brasil repete pior ranking de percepção do combate à corrupção”, na pesquisa da ONG transparência internacional.

Pela pesquisa, o Brasil apesar de ascensão ao poder dos que propagaram uma nova política, ainda permanece em posição delicada, caindo um ponto: estamos na centésima sexta posição, de 180 países pesquisados.

A causa é a percepção de que o Governo Bolsonaro não pratica o que diz nos discursos inflamados, pelo menos em relação aos seus mais próximos.

Vale lembrar que o Senador Fernando Bezerra permanece na função de líder do Governo no Senado, o Ministro do Turismo permanece no cargo, com todas as suspeitas e denúncias de laranjal, corrupção e caixa dois e, do mesmo modo, por exemplo, permanece no cargo o Secretário de Comunicação, com seu rol de contratos na vida privada, mesmo sendo um gestor público que mantém contrato direto com essas empresas privadas, que recebem dinheiro público, da sua própria área de governo. E, que, no comecinho do governo, o Vice-Presidente, Hamilton Mourão tentou fazer com que um número expressivamente maior de documentos públicos pudesse ser carimbado como documentos ultrassecretos. Como também o próprio Sérgio Moro silenciou diante da proposta de mudança no rastreio das contas feito pelo Banco Central, onde ampliava o valor a ser pesquisado e diminuía o espectro dos parentes de políticos que deveriam ser rastreados pela Receita Federal.

Além disso, relembramos o que já foi alvo de comentários nosso aqui, como o desmonte do COAF, que descobriu as falcatruas do filho do Presidente, recheadas de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois e as interferências políticas do próprio Presidente na Receita e na Polícia Federal.

Na prática, no anseio de boa parte da população, estes temas vão ficando para trás e em parte caindo no esquecimento, tomando uma cara de coisa do passado, de assunto encerrado. Mas para boa parte da população, as memórias ainda continuam bem avivadas, especialmente, quando se trata do filho do Presidente Flávio Bolsonaro, que tenta a todo custo sepultar as investigações contra si, mesmo diante das gravíssimas denúncias e das provas fornecidas.

De que adianta o pacote anticorrupção de Sérgio Moro, se a “vassourinha” não começar a varrer dentro de casa? Será que as pessoas não percebem que o discurso se desmancha sem a prática? Ou ainda há quem aposte que determinados resultados em economia farão o povo esquecer deste tema que foi o mais importante da última campanha eleitoral?

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?