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[COMENTÁRIO] BOLSONARO DESPERDIÇA OPORTUNIDADE NA ONU

 

Literalmente, a participação de Bolsonaro na abertura da reunião da ONU, limitou-se a um discurso. Discurso agressivo e sem dados concretos em relação à economia, à realidade das queimadas e do desmatamento ou aos seus reais compromissos com a Amazônia, com o Brasil e com o mundo. Desperdiçou a oportunidade de dialogar com os demais países ao tratar de temas domésticos.

Para variar, acusou perante o mundo os seus adversários no Brasil de ideológicos, como se ele não estivesse ali propagando a sua própria ideologia. Aliás, dele mesmo ou um “copia e cola” da ideologia de Trump, desenhada pelo marqueteiro Steve Bannon?

Em um ambiente de multilateralidade, de multi-relações fez um discurso alinhado quase totalmente com Donald Trump.

Bolsonaro comportou-se como um protótipo do fariseu pós-moderno. E, possuído pelo espírito criacionista de Steve Bannon, aquele que diz que a terra é plana, reencarnou também o discurso de caça ao socialismo, atacou a imprensa brasileira e mundial e mentiu sobre as queimadas na Amazônia, as garantias dos direitos humanos e a recuperação de nossa economia.

Bolsonaro comprovou com seu discurso, direcionado à sua pequena e barulhenta militância, que na verdade não desceu do palanque e que continua com as intenções de acirrar as divisões do povo brasileiro e no mundo, ao atacar e provocar outros países, e até a ONU, em um ambiente que deveria ser usado para mensagens e iniciativas de conciliação e de paz, como reza a tradição do Brasil, em lugar de guerra e provocações, nos fazendo passar vergonha, com palavras que ressuscitam os tempos da Guerra Fria e que podem trazer consequências negativas em nossas relações comerciais com União Européia.

Já em relação aos índios, criticou a liderança do Cacique Raoni, mas sacou do seu próprio colete, uma moderna Índia-Youtuber.

Direcionou, ainda, mensagens ao crescente grupo de evangélicos fundamentalistas e disparou uma pérola que vai ficar para a história do mundo: “No Brasil, uma ideologia invadiu a alma humana para expulsar deus e acabar com a família.”

Meus amigos, até Jesus Cristo silenciou quando Pilatos perguntou a ele sobre o que era a verdade, mas Bolsonaro, citou trechos bíblicos para tentar mostrar que ele mesmo, com seu discurso, representava ali a própria verdade.

No trágico fechamento-clichê, tentou colocar-se perante o mundo como sendo o próprio Cristo, como um personagem vítima de um esfaqueamento de um militante da esquerda brasileira, mesmo depois de diversas investigações que comprovam o contrário do que ele diz e que se tratou de uma atitude isolada e consequência da sua campanha agressiva. Violência gera violência. Enfim, uma vergonha, um desperdício.

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