[COMENTÁRIO] A CORDA SEMPRE ROMPE DO LADO MAIS FRACO
A corda SEMPRE rompe do lado mais FRACO!
E dessa vez, a corda rompeu do lado do Secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. Em curso, estava não apenas a tentativa desmedida de criação de um novo imposto – ou a volta de um antigo – que é a CPMF, mas a interferência num órgão que é dos mais importantes do corpo financeiro e arrecadatório do Governo.
Por trás da demissão, repousa a retaliação a um órgão que sabe demais sobre as transações financeiras de políticos, empresários e magistrados. Há quem diga, nos bastidores, que a demissão teria ocorrido porque Marcos Cintra teve acesso a dados comprometedores de pessoas do próprio Governo.
E o Governo, também enfrenta forte resistência de parte dos servidores da Receita e da sociedade, pela tentativa de interferência política no órgão, assim como ocorreu no COAF, que foi desmantelado. Há, assim, um outro risco, do corpo mole dos servidores da receita, que têm papel fundamental na combalida arrecadação do Governo.
Detalhe importante é o fato de que além do que o Governo arrecadaria com a volta da CPMF, o tipo de imposto cobrado nas contas correntes, ampliaria o poder de pente fino que a Receita Federal teria para o rastreio de movimentações financeiras omitidas da própria Receita, nos impostos de renda das pessoas físicas e jurídicas.
Rastrearia transações financeiras ocultas, que passam sem registro para efeito de cobrança de impostos e facilitaria, em campanhas eleitorais, a identificação de caixa dois.
A forma de apresentação da volta da CPMF pelo Governo Bolsonaro sinalizou ainda a preocupação com as contas do Governo e com a não recuperação da economia, até agora, sem sinalização concreta do que o Governo poderá fazer, já que os sistemáticos cortes no orçamento, colaboraram também para o freio na economia.
No discurso ultraliberal de direita, há tempos o argumento é que o teto de gastos resolveria o problema. Depois, era a Reforma Trabalhista quem salvaria o Brasil. Posteriormente, mudaram o discurso, e a salvadora da pátria seria a Reforma da Previdência. Mas, sem perspectiva de resultados positivos concretos, o Governo ensaiou a tentativa de recriação de um imposto que na época dos governos do PT foi um dos mais criticados e por isso derrubado.
Bolsonaro tentou recriar a CPMF e depois da repercussão negativa, disseram que o povo seria compensado em uma Reforma Tributária. Porém, justamente a demissão de Marcos Cintra, expôs o Governo, mostrando que ainda não existe a tal proposta de Governo para essa reforma. Tanto é que, até agora, não foi apresentada na Câmara, nem no Senado, onde já são discutidas outras propostas.
Como sempre, a corda rompeu do lado mais fraco, e Bolsonaro deu uma de “João sem braço”, como se a volta da CPMF não fosse uma proposta de seu Governo, dizendo que Marcos Cintra foi demitido porque ele tentou recriar a CPMF. É um artista!

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