[COMENTÁRIO] O FOGO DE PALHA DO BNDES
Eu me recordo muito bem de que, quando G. W. Bush quis invadir o Iraque, alegou a existência de bombas e armas químicas.
Uma verdadeira guerra foi criada, recursos humanos e financeiros foram torrados e até hoje há problemas ainda não resolvidos.
Aqui no Brasil, em tempos de notícias falsas e do seu uso nos processos eleitorais em escala industrial, devido à utilização de redes e mídias sociais, criou-se uma expectativa sobre a famigerada caixa preta do BNDES.
O grande propagador da caixa preta do BNDES dizia que, se aberta, geraria um escândalo muito maior que a lava-jato; trata-se do hoje Presidente Jair Bolsonaro.
Como candidato falava neste assunto diariamente e, como promessa de campanha, dizia ampliando as expectativas que iria abrir a caixa preta do BNDES.
Depois de eleito, manteve o discurso e empregou 48 milhões de reais em uma auditoria. Em paralelo, reduziu os investimentos do bando em todo o país, abrindo espaço para o crescimento dos bancos privados lucrarem nesta área.
Aberta a caixa preta, o silêncio reinou.
Estava vazia. O relatório contratado por quase 50 milhões de reais por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes afirmou que não há irregularidades no banco, e que os empréstimos, até mesmo aqueles alardeados que teriam sido feitos à JBS, à Cuba, à Venezuela, dentre tantos outros foram normais, e que neles não existem irregularidades, nem foram encontrados indícios de corrupção. Em relação à JBS inclusive, o banco teve lucro, quando o que se divulgava na pré-campanha e na campanha é que eram contratos bilionários que deram prejuízo ao banco.
Esta foi uma das fake news que mais foram propagadas no período eleitoral, ampliando a revolta das pessoas em relação aos que anteriormente estavam no poder, como aos Ex-presidentes Lula e Dilma. E, além deles, diversas empresas privadas foram enxovalhadas em um escândalo, que agora, se prova não existente.
E aí? Como fica a reputação das empresas e pessoas e do próprio banco, instituição sólida e fundamental para o desenvolvimento das empresas e da própria economia brasileiras? Já falavam e alardeavam a mesma coisa em relação ao Banco do Nordeste. E o dinheiro público que foi gasto à toa numa auditoria? Quem ganhou com isso? Quem perdeu?
Resta saber avaliar responsavelmente os estragos provocados pelo estardalhaço. É mais uma lição que fica ao povo brasileiro que, ainda este ano, enfrentará mais chuvas de fake news, de mentiras, durante o processo eleitoral que ocorrerá em outubro. Todo cuidado é pouco.
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