[COMENTÁRIO] Sobre kamikases e corrupção eleitoral no partido de Bolsonaro
Em manobras cada vez mais arriscadas, Bolsonaro tem tentado de tudo para se desvincular dos esquemas de fraudes e laranjas do seu partido, e que o beneficiaram na eleição presidencial. Doce ilusão.
Ameaçando e sendo ameaçado, já se livrou de seu Ministro Bebianno, ex-presidente de seu partido, mas que continua por enquanto com bico calado, mesmo tendo saído humilhado das hostes do poder. Por outro lado, e, estranhamente, está mantendo até agora o Ministro do Turismo, que parece ter tanto a revelar que ainda permanece intacto no poder.
Nesse jogo pesado, vivido pelos integrantes da “nova política”, continua a briga com uma série de outros companheiros – ou futuros ex-companheiros de partido – e mira em mais um deles, na briga pelo controle e pela verba milionária do partido: algo em torno de R$ 350 milhões, dinheiro que daria para pagar uma folha de pessoal inteira no Rio Grande do Norte.
O atual presidente do PSL, Luciano Bivar é agora o novo alvo. E não só de Bolsonaro, mas também da Federal – a Polícia política de Sérgio Moro, como já venho alertando há meses, e que vai se configurando como uma polícia de arapongagem que, se especializando na atuação contra os adversário e inimigos do poder.
Bivar declarou que “já que ninguém defendia o uso do fundo partidário, e ninguém precisaria dele para se eleger, autorizaria a saída de qualquer um sem perda de mandato, desde que renunciassem ao fundo partidário e eleitoral”: Uma chave de rodas inteligente, mas que teve uma rápida resposta hoje cedinho com a Polícia Federal em sua porta.
Ontem eu conversava com um amigo, membro do partido de Bolsonaro, PSL, preocupado com a repercussão negativa das sucessivas denúncias e crises internas.
“Não sei, de verdade, quem sairá vivo dessa. Quando pensei que as coisas fossem se acalmar e a poeira baixar, Bolsonaro jogou gasolina na fogueira, e com sério risco de se queimar também”.
Realmente, essas palavras de um Bolsonarista-peeselista de primeira hora, que ajudou a construir o partido e a candidatura do atual presidente, me fazem lembrar os Kamikazes: Pilotos japoneses, que na Segunda Guerra, se atiravam junto com seus aviões em alvos inimigos. Geralmente, morria todo mundo.
A palavra Kamikase, significa “vento divino”. E, do jeito que as coisas estão caminhando, o que resta saber é se alguém será varrido por esse vento: Bolsonaro, o PSL, ou os dois, ou se os integrantes da nova política farão as pazes, e depois virão a público dizer que tudo isso foi invenção da mídia comunista, que tem má vontade com o Governo.
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