Na relação entre Sérgio Moro e Bolsonaro, quem sai ganhando?
Para analisarmos a relação entre Moro e Bolsonaro, precisamos entender de qual tipo ela é. Para isso, vamos pedir ajuda à biologia.
Se fossem seres da mesma espécie, a relação poderia ser harmônica e cooperativa, o que ocorre quando os dois se beneficiam quase igualmente, formando uma sociedade ou desarmônica e canibal, quando um acaba matando o outro.
Bolsonaro e moro foram unidos no passado pelas circunstâncias e pela conveniência do combate ao inimigo comum e estão unidos no presente, para dividir a mesma caça.
Mas, a personalidade e as diferenças começam a se revelar, mostrando que são de espécies diferentes, principalmente, quando surge a preocupação com o futuro e com a sobrevivência política de cada um.
Moro e Bolsonaro tem origens, comportamentos, visões de mundo e seguidores diferentes. Bolsonaro mantém a liderança sobre os mais radicais e moro agrega em boa parte os órfãos de Aécio no contraponto ao PT.
Isso, aponta para o tipo de relação que começa a prevalecer: Aquilo que foi harmônico e mutualístico no passado, aponta do presente rumo ao futuro para uma relação desarmônica.
Na biologia, uma relação desarmônica pode ser: Amensal, onde uma espécie inibe o crescimento da outra. predatória onde um indivíduo mata o outro. Parasitária, onde um retira as energias do outro, ou competitiva, onde há uma disputa por recursos entre os dois.
Ao que nos parece, a relação entre Moro e Bolsonaro, tem apontado para uma relação em que num primeiro momento, um precisa do outro, ou seja, seria amensal e parasitária, mas que, em breve, um poderá precisar matar o outro, se transformando numa relação competitiva e predatória.
Sendo de espécies diferentes, é visível que alguém está tendo que se adaptar para sobreviver. e, no ecossistema do governo Bolsonaro, Ségio Moro tem se dobrado ao darwinismo político. Porém, a sua adaptação está mais parecida com uma metamorfose.
É verdade que que Sérgio Moro, ainda tem um capital político e eleitoral mais forte que o de Bolsonaro, mas ele precisa ter muito cuidado para não se desfigurar.
Pois, além de ter mudado de ideia e ter dito que o crime de caixa 2 é um crime menor, tem engolido sapos a cada dia para permanecer no ministério e no controle da polícia federal.
Lembrem-se de que logo no início do governo, era muito mais importante para Bolsonaro ter o apoio de moro. por isso, o convidou para ser ministro. Mas, ao mesmo tempo, soltou “sem querer” que já havia combinado previamente e que em breve moro poderia ir pro STF, jogando suspeitas sobre o fato de que moro estaria sendo recompensado pelo trabalho imparcial, no período da campanha.
Depois, moro lutava para ter nas mãos o controle do COAF, órgão que descobriu a lavagem de dinheiro e a laranjada do filho do presidente, mas Bolsonaro fez corpo mole com o congresso e insiste em indicar nomes de sua confiança para amordaçar o COAF.
Agora, dando mais uma rasteira, Bolsonaro declara que o pacote anti-corrupção de Moro não é mais prioridade no congresso e afirma que quem tem a caneta na mão é ele; que ele é o técnico do time e moro é apenas um jogador. Com isso, Bolsonaro vai submetendo Moro a um desgaste parecido com o que usou algumas vezes quando quis demitir outros auxiliares. E, como sempre, depois do “morde e assopra” e de uma longa conversa a sós, aparece lado a lado com Moro, como se nada tivesse acontecido.
Pelo visto, os dois precisam ter cuidado um com o outro, pois, se fossem seres da mesma espécie, numa relação do tipo “cobra engolindo cobra”, a simbiose terminaria num ato de canibalismo.
CONFIRA O VÍDEO: Boa Tarde Cidadão.
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