BC tem perda de quase R$ 90 bilhões com intervenções no câmbio em 2015
Com a disparada do dólar em 2015, o Banco Central registrou prejuízo recorde com as operações de "swaps cambiais" – instrumentos que equivalem a venda de moeda estrangeira no mercado futuro (derivativos) e que atenuam as pressões sobre o dólar no mercado à vista.
Em todo o ano passado, o BC contabilizou um prejuízo de R$ 89,66 bilhões com estes contratos. Foi a maior perda anual da série histórica do Banco Central, que começa, para anos fechados, em 2003. Até então, o maior prejuízo, em todo um ano, havia sido registrado em 2014 (R$ 17,32 bilhões).
De forma geral, o BC registra lucro com estes contratos quando o dólar cai e perde quando a cotação da moeda norte-americana sobe. Em todo ano passado, a moeda norte-americana subiu 48,49% sobre o real no que foi o maior avanço anual em 13 anos.
Avaliação do BC
Nos últimos meses do ano passado, no Congresso Nacional, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que, por outro lado, a alta do dólar valoriza as reservas internacionais. Esse valor, de acordo com o comandante do BC, supera as perdas com os swaps cambiais.
Ele também afirmou, na ocasião, que a autoridade monetária "nunca falou em segurar taxa de câmbio". "Falou em segurar volatilidade, permitir que os mercados funcionassem. Hoje temos um mercado de futuros que é bastante líquido. Ali estava a pressão", declarou Tombini naquele momento.
No fim de setembro, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que as operações de swap têm proposito de oferecer "hedge" (proteção) ao setor privado contra a alta do dólar.
"É uma proteção contra a flutuação do câmbio, que funciona bem em termos de ajuste das contas externas e as operações conferem proteção aos agentes privados. Isso significa que as empresas que têm dívida, compromissos em moeda estrangeira, podem se proteger com o swap. Isso atenua os impactos sobre o setor produtivo sobre a renda, sobre a produção, sobre o emprego, sobre a arrecadação", declarou ele na ocasião.
Fonte: G1/RN
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