Popularmente chamada de “olho seco”, a Ceratoconjuntivite Seca é considerada hoje pelos veterinários uma das oftalmopatias mais comuns entre os cães. “A doença se caracteriza por uma deficiência na produção do componente aquoso do filme lacrimal podendo estar relacionada, em alguns casos, com alterações no componente lipídico e mucoso. A principal causa em cães é a imune mediada, em que o próprio sistema imunológico do paciente passa a ‘atacar’ as regiões produtoras de lágrimas do organismo. Outras causas possíveis são as infecciosas, traumáticas, metabólicas e até mesmo iatrogênicas” explica o Dr. Fábio Marinho, especialista do Hospital Veterinário de Natal.

Inicialmente os sinais são mais discretos e bastante semelhantes ao de uma conjuntive, podendo passar despercebidos pelo dono e retardar assim o diagnóstico correto. Por isso é de suma importância que se preste atenção ao comportamento do pet e procure por acompanhamento clínico o quanto antes. Os sinais mais comuns são olhos avermelhados, secreção mucosa e um olho sem brilho. O animal tende a piscar os olhos mais vezes e a tentar coçá-los com suas patas, isso acontece devido a sensação de que há sujeira ou algo similar a areia nos olhos.

O “olho seco" é uma afecção que acomete principalmente cães, podendo acontecer também em gatos com menor frequência. Estão mais propensos a contrair a doença os cães de raças braquicefálicas (focinho curto) como Pug, Boxer, Lhasa Apso, dentre outras raças como Rottweiler e Cocker Spaniel.

A doença não possui uma cura definitiva, mas com tratamento pode ser controlada, proporcionando uma vida mais saudável e feliz ao pet. O diagnóstico é feito através do teste lacrimal de Schirmer que irá averiguar como anda a produção de lágrimas. O tratamento é feito à base de colírios imune-moduladores, anti-inflamatórios esteroidais e lubrificante. Uma parcela mínima não responde ao tratamento, sendo necessário a realização de procedimento cirúrgico. O acompanhamento do médico veterinário é fundamental para uma boa recuperação do animal.  

Fonte: Mosaique Comunicação