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[COMENTÁRIO] SOBRE LAVA-JATO, PAULO PRETO, DIAS TÓFFOLI E AS EMPRESAS BRASILEIRAS.

 

 

Hoje gostaria de comentar dois episódios diferentes, mas que se conectam. No primeiro, destacamos o fato de que a Justiça de São Paulo decidiu não bloquear os recursos e bens de Paulo Preto, conhecido como o operador do PSDB.

Recordo-me, que durante processos de investigações, inclusive no auge do período de operações da lava-jato, Paulo Preto foi descoberto com o valor aproximado de 120 milhões de reais em uma conta bancária. A título de comparação, o valor é o equivalente a sessenta triplex. Ele chegou a ser preso, mas rapidamente foi solto e até agora seu processo ainda continua sendo julgado pela justiça.

Um fato interessante é que certos processos da lava-jato foram deslocados da justiça de Curitiba para a justiça de São Paulo e, muitos deles, passaram a figurar como crime eleitoral por exemplo, como crime de caixa dois, que contam com punições mais amenas e morrem no limbo e na lentidão da justiça eleitoral, talvez a mais política de todas no país.

O segundo tópico, ainda em relação à lava jato, foi um fato polêmico dos últimos dias: a declaração do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Dias Toffoli de que a lava-jato destruiu as maiores empresas brasileiras, coisa que jamais ocorreria se fosse nos Estados Unidos e que de fato nem na Alemanha pós-nazismo isso ocorreu, pois lá até as empresas que fabricaram o gás que matou os judeus foi preservada e dela até hoje compramos o famoso “Detefon”, que é da Bayer.

No caso do Brasil, empresas essas que estavam entre as maiores geradoras de emprego e renda do país, apesar de tudo.

Esse discurso já vinha sendo colocado há muito tempo, por diversos setores críticos à lava-jato, de que a operação deveria punir os políticos por igual e às cúpulas das empresas, mas, preservando as empresas e os empregos.

O detalhe interessante, é que, com o desmonte das empresas gigantes no Brasil, e com a nova política de preços da Petrobrás, desde Temer e mantida por Bolsonaro, passamos a refinar grande parte do petróleo que produzíamos no Brasil, para exportar e comprar de volta gasolina e diesel, pagando mais caro, pagando em dólar e gerando emprego e renda fora do país, o que talvez explique onde foram parar os milhares de empregos no Brasil que evaporaram pós-operação, neste mercado que não diz respeito apenas ao petróleo em si, mas que no seu entorno se instalam centenas de indústrias petroquímicas.

Esses dois fatos, diferentes, mas que se conectam, mostram que no início a operação lava-jato, parecia isenta e que atingiria a todos os envolvidos por igual (trinta dos trinta e quatro partidos brasileiros), mas que depois terminou sendo aparelhada e direcionada politicamente, e hoje tem também os seus reflexos na economia do país, que sentiu a perda de milhares de empregos, que poderiam ter sido preservados, fato hoje reconhecido pelo próprio Presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Tóffoli.

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