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[COMENTÁRIO] O que está por trás dos ataques à imprensa nacional?

 

A área da comunicação é estratégica para todo país que deseje se desenvolver de maneira autônoma e independente. A própria soberania nacional passa pelo caminho da comunicação.

Nesse contexto, nos cabe reforçar que a cada vez que se ataca a imprensa nacional, e, nos tempos atuais isso ocorre sistematicamente, se contribui, mesmo que inconscientemente, para enfraquecê-las e como consequência, fortalecer as redes e mídias sociais alternativas. Mas, estas, porém, não são empresas brasileiras e raramente se submetem à nossa legislação.

“Aqui-acolá”, algumas mídias como Facebook, por exemplo, sofrem algum tipo de ação na justiça, e há maneiras de se coibir e banir por exemplo via ordem judicial, perfis falsos, os fakes, ou mesmo, eventualmente processar e multar a empresa por servir de plataforma para ataques, abusos, discriminações e preconceitos, influência política em massa, dentre outros.

Porém, há uma delas, o “WhatsApp”, por exemplo, que é conhecida como o mundo sem controle, por onde trafega tipo de mensagens, ataques, e comportamentos, chamados de nível-esgoto. Isso, porque, a propagação do conteúdo se da pessoa a pessoa, ou pessoa-grupos, em ligação direta, de quem recebe e quem repassa a informação e baseado na confiança que um tem no outro.

Um dos grandes problemas, nesse caso, que envolve a maior ferramenta de comunicação, com capilaridade direta do mundo, é que a propagação, de qualquer tipo de conteúdo, verdadeiro ou falso, se dá baseada, na maioria das vezes, a partir da confiança que uma pessoa tem na outra com a qual está ligada.

Sobretudo em campanhas políticas, ou quando se quer destruir ou construir reputações, é a principal ferramenta usada, por ser muito mais difícil o seu rastreio e mais fácil a sua propagação.

Há escritórios oficiais e clandestinos especialistas nessa forma de atuação. E, tudo isso, aliado aos algoritmos, e ao processamento do “Bigdata”, consegue disparar mensagens personalizadas para determinados grupos que são mais facilmente atingidos, até por serem mais sensíveis a serem atingidos por determinado tipo de notícia, de conteúdo, seja ele verdadeiro ou mesmo fabricado.

Esses assuntos, dentre outros, ligados à privacidade e segurança digital, precisam avançar nas discussões no congresso nacional, e nos tribunais, como já ocorre em países desenvolvidos, com leis que protejam aos cidadãos brasileiros, pois, se por um lado, há os pontos positivos dessas novas tecnologias, por outro lado, há também, uma explicita máquina de manipulação política, e formadora de opinião, nas mãos de empresas que não são brasileiras, que têm os seus próprios interesses e que têm o potencial de estabilizar ou desestabilizar, por meio da comunicação, democracias em todo o mundo, como a recente história tem nos mostrado: Brexit, Primavera árabe, Movimento separatista da Catalunha, Hong Kong, eleições no Brasil, Itália, EUA, Filipinas, Turquia, dentre outros.

São exemplos de movimentos políticos que sofreram duramente interferência de fora para dentro de seus países, provocando divisões internas e arranhões em suas soberanias nacionais. A empresa mais conhecida por trás de tudo isso, ligada ao marqueteiro Steve Bannon, é a Cambridge Analytica.

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