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[COMENTÁRIO] A FUGA AUTORITÁRIA DE BOLSONARO.

 

De volta aos tempos da ditadura militar, me recordo de um vídeo em que o General Newton Cruz comandante militar de Brasília, grita com jornalista que lhe fizera perguntas inconvenientes, manda o jornalista calar a boca e depois ainda manda prender o mesmo.

Ontem, Bolsonaro só faltou mandar prender, mas parece ter copiado e colado tal atitude. E o pior é que o seu comportamento é ampliado a cada dia no que diz respeito à imprensa e a jornalistas que ainda têm a coragem de fazer perguntas inconvenientes, mas, que, os políticos e chefes de estado tem, constitucionalmente, a obrigação de respondê-las.

Gritar com jornalista e xingar a mãe deste foi a saída para se esquivar de explicar a relação criminosa e promíscua daquele que responde pela comunicação de seu governo.

Simplesmente, o responsável pela comunicação da “nova política” tem uma empresa que mantem contratos com fornecedores do próprio governo. E o administrador da empresa do chefe da comunicação de Bolsonaro no palácio do planalto é o irmão do adjunto do seu próprio chefe, que é chefe no público e no privado.

Uma ilegalidade, um abuso, um crime explícito.

São coisas assim que ajudam a desgastar ainda mais as instituições e a fortalecer o personalismo e o autoritarismo na política, como nos velhos tempos dos saudosos da ditadura.

E, tudo isso, vem sendo reforçado e as atitude crescendo e se multiplicando pelo simples fato de que não há punição alguma e ainda pelo fato de que em meio a política “futebolizada”, há torcidas organizadas que, irracionalmente, dão razão a atitude como essa e que apoiam a agressão diária que a democracia tem sofrido.

É lamentável que Bolsonaro venha se esquivando de dar satisfações à sociedade e tentando reverter determinados fatos a seu favor, no reforço diário da cantilena de que é um Messias perseguido no meio do deserto.

Reiteramos aqui o nosso apoio ao livre exercício do trabalho necessário da imprensa livre e democrática desse país e que, lamentavelmente, vem perdendo espaço para veículos alternativos e de propriedade estrangeira.

Comunicação e imprensa combativa e independente são instrumentos estratégicos para qualquer país que deseje, civilizadamente, se desenvolver. É uma questão de soberania nacional, tão esquecida pelos militares de plantão.

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